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terça-feira, 14 de setembro de 2021

A Síndrome do Pato

 

A Síndrome do Pato

Ele nada, corre e voa; mas, infelizmente, não faz nada bem feito.

patos





Os bichos da floresta estavam em polvorosa, pois ultimamente vinham aparecendo, por aquelas bandas, terríveis caçadores, que matavam quem encontrassem pelo caminho. Certo dia, reuniram-se à margem do lago um pássaro, um peixe, um coelho e um pato, que conversavam sobre o que cada um poderia fazer, caso aparecesse algum caçador.

Dizia o pássaro: “Ah, se o caçador aparecer, eu saio voando como um foguete. Com toda a minha força e habilidade, não tem como ele me acertar, pois ninguém consegue voar mais rápido do que eu”.

O peixe olhou para o pássaro e comentou: “Quanto a mim, se esse tal caçador aparecer, eu mergulho no lago e nado como nunca. Com a minha destreza e velocidade, ninguém nada melhor do que eu”.

O coelho, por sua vez, ponderou: “No meu caso, não tenho nem o que pensar. Corro o mais veloz que puder. Com toda a minha elasticidade e leveza, vocês acham que alguém me alcançaria?

O pato, demonstrando certo ar de superioridade, deu um passo à frente e declarou: “Coitados de vocês, companheiros! Tão limitados! Se aparecer algum caçador, eu não terei problema algum, pois eu sei fazer tudo isso que vocês dizem que fazem: eu nado, corro e voo. No momento certo, utilizo qualquer uma dessas habilidades“.

Logo após essa conversa, surgiu um caçador e, mais que depressa, o pássaro voou, o coelho saiu em disparada e o peixe mergulhou bem fundo no lago. O pato, porém, foi apanhado. Literalmente, “pagou o pato”. Mesmo tendo todas as habilidades dos demais, não tinha desenvolvido nenhuma com excelência a ponto de tirá-lo desse tipo de enrascada.

É alarmante ter que ressaltar isso, mas diariamente convivemos ao lado de profissionais que fazem tudo pela metade, pois desenvolveram suas habilidades também pela metade. Aquilo que chamo “Síndrome do Pato”.

O que mais me surpreende é que esses mesmos profissionais reclamam que não ganham o que merecem, não recebem elogios ou, então, são perseguidos pelo chefe. Mas, daí vem a pergunta: quais competências sustentam suas carreiras de verdade? Normalmente nenhuma. Ou, então, inúmeras, mas tudo pela metade…

Experimente fazer a mesma pergunta para você: o que o diferencia dos demais profissionais da sua área? Todos sabemos da importância de sermos multifuncionais, polivalentes, verdadeiros “coringas”, que jogam em todas as posições; entretanto, você só será lembrado se fizer algo tão bem a ponto de se tornar referência para outras pessoas.

A Síndrome do Pato faz com que este animal seja um medíocre nadador, voe com dificuldade e corra pior ainda. Uma combinação que o transforma em presa fácil para os caçadores. 


Já para nós é, praticamente, um suicídio profissional.


https://caputconsultoria.com.br/a-sindrome-do-pato/

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