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sábado, 14 de janeiro de 2012

O silêncio

vale mais que mil palavras...

Um famoso provérbio chinês diz o seguinte: "Cuide de tuas palavras para que elas sejam melhores que teu silêncio". Sim. A palavra é o maior patrimônio que o homem possui. É a chave mestra que abre as portas das relações pessoais e conduz os indivíduos para caminhos diversos. Pelas palavras, somos teletransportados para uma outra dimensão. Ainda que falar, escrever, desenhar (sinais que evocam sons, letras e imagens) sejam traços primitivos do domínio das palavras, refiro-me a dimensão que nos faz responsáveis e cônscios por aquilo que falamos.

Metamoforicamente, as palavras são como bumerangues. Quando lançadas alcançam grandes proporções, voam com intensidade, e quando voltam, ganham força, velocidade e embalo absoluto. Talvez ninguém tenha se dado conta de como este "bendito dom" pode agir a favor e ao mesmo tempo, contra nós. As palavras são senhoras e escravas de nossas vidas. Nos dominam, nos libertam, nos castigam, nos perdoam, nos enganam...
São verdadeira alegorias que nos fazem escapar da realidade. Cores que se misturam a cheiros e nos fazem padecer no paraíso, como um hormônio, que lançado no sangue, provoca sensações mil nas pessoas. As palavras nos deixam aéreos. Iludem por si só. São capazes de construir laços ao longo do tempo, e destruí-los em poucos segundos. Limita nossa personalidade: você é pura e simplesmente aquilo que fala.
Para bem da verdade, as palavras ofuscam. Na teoria, nos fazem acreditar em tudo, mas na prática, nos mostram que por trás de rostos angelicais, existem demônios avassaladores. Não que as coisas não possam mudar, aliás, esta é outra grande característica das palavras: o seu poder de mutação. Nem sempre a opinião de hoje, é a mesma de amanhã. 
O grande "X" da questão é que as palavras são lideradas por uma grande palavra: responsabilidade. Se falamos ou emitimos alguma coisa, temos que proceder como tal. E é nessa horas que as máscaras caem, as pessoas se revelam e a decepção invade. Não assumimos, ou melhor, não fazemos valer nossas palavras, ou simplesmente, simulamos situações a nosso favor.
Acho que o grande apelo, é para que nossas palavras sejam sempre verdadeiras. Mesmo diante de conflitos ou adversidades, que elas se mantenham firmes e capazes de sustentar seus significados e nossa responsabilidade em dizê-las. Pois apesar de soarem de maneira agradável aos ouvidos, é na prática, através de ações concretas, que elas realmente se aplicam. Falamos muito, fazemos pouco, decepcionamos demais.
Fica o convite para pensarmos e refletirmos sobre esse nosso "dom". O mundo está cheio de Ofélias (referente a personagem de humor): só abra a boca, quando tiver certeza. O silêncio não nos compromete, o silêncio não estimula, não nos responsabiliza. Tem horas, que é melhor escutá-lo...

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