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quinta-feira, 8 de março de 2012

A ARTE DE SER MULHER

por Jorge Linhaça

Ser mulher é uma arte das mais antigas e misteriosas que existem. Resiste á força do tempo, transforma-se sem mudar, muda sem se modificar, modifica-se sem se tranformar.
Ser mulher envolve conhecimentos muito além do que nós homens, simples mortais, podemos compreender.
Como toda arte, tem seus segredos, é guiada pela inspiração, pelo desejo de perfeição, pela percepção diferente da realidade que as envolve, por um olhar além das aparências. Mulheres, ah mulheres, tão incompreensíveis em seus mistérios, tão envolventes em seu olhar, tão meigas e ternas, tão fortes e agressivas.
Não há homem neste mundo que já não tenha tido um "nó na cabeça" com as mudanças radicais das atitudes de uma mulher. Não há mulher que não tenha mudado radicalmente em segundos, só para ver um homem aturdido, sem ação, sem meios de contestação.
Ah, mulheres, jogadoras por natureza, fingem ser tão frágeis, tão dependentes, e na verdade são tão fortes, tão seguras de si.
A bíblia diz que o homem é o cabeça da família, concordo plenamente, mas por certo faltou citar que a mulher é o pescoço.
Oras, todos sabemos que a cabeça sem o pescoço não se move para lugar algum, estaria condenada a nada ver além do que estivesse à sua frente, talvez por isso exista a expressão " ela virou a cabeça dele...". Como são sábios os adágios populares...
Mulheres são anjos e fadas, ( é verdade que algumas são anjos caídos e bruxas) tem poderes estranhos, sortilégios de amor, poções de coragem, encantos de sedução.
Submissas? Que piada!
Apenas esperam o momento certo de usar suas armas, são tão livres em sí mesmas, que fingem tudo aceitar e, sorrateiramente, calmamente, transformam a realidade.
Mulheres são leoas, ai de quem se aproximar de suas crias, ainda que seja o pai das crianças, com intenção de ferí-las, ou ai daqueles que elas imaginem ter essa intenção...
Talvez por isso, e por tanto tempo, ( infelizmente até aos dias de hoje ), alguns homens procurem deixá-las sujeitas à violência e aos maus tratos, tentando domar o seu espírito, cerceando a sua liberdade.
São na verdade animais acuados no canto, rosnando e mordendo por medo de serem subjugados por um ser de aparência tão frágil.
Doce ilusão...o espírito da mulher verga mas não quebra, aguarda apenas a ocasião para dar o grito de liberdade...engole o choro, e as lágrimas engolidas lavam-lhe a alma, alimentam o espírito, regam o solo fértil de seu jardim de sentimentos, até que um dia a mulher desabrocha em flor e toma conta do jardim.
Ah, homens, tão fortes, tão senhores de si, se soubessem os segredos da alma de uma mulher não governariam pelo medo, antes aprenderiam a força da fragilidade.
Ah, mulheres, se superassem seus medos, se revelassem segredos de sua alma, quão diferente seria o mundo.
Mas as mulheres revelam sim a sua face,
em doses homeopáticas para não assustar em demasia os homens, mostram sua força,
sua capacidade de fazer mais e melhor, no entanto, depois de tanto sofrerem as imposições de um mundo machista, por vezes erram na dose,tornam-se aquilo que tanto desprezam.Ninguém, nem homem, nem mulher,é feliz sozinho.De que adianta a pseudo-independência emocional e financeira, se ao despertar pela manhã a cama está vazia? Se não há o ombro amigo onde se recostar e falar de seus medos e preocupações? Se não há com quem partilhar as alegrias...
Homens e mulheres precisam sim aprender a viver as diferenças, a encontrar as semelhanças e compreender que a relação não é uma queda de braço, mas sim um quebra cabeças onde as peças devem se encaixar para que a imagem da felicidade possa ser vista por completo.
A arte de ser mulher é também a arte de aparar as arestas, de usar a força do pescoço para mostrar que existe muito mais na vida do que a busca desenfreada pelos bens de consumo ou o conforto material de uma casa. Ninguém melhor do que a mulher para transformar uma casa luxuosa ou um simples barraco em um verdadeiro lar.
Ninguém melhor do que um homem com medo para transformar um lar em uma simples casa.
Ser mulher é saber exercitar o equilíbrio necessário para manter em pé as colunas do amor que sustentam uma relação duradoura.
Ser homem realmente, é não ter medo de equilibrar-se sobre a força de uma mulher.
A arte da mulher consiste em impedir que o homem tenha esses medos.  


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