Meu Coração
Tenho, do lado direito de quem entra em meu peito,
uma massa de músculos que insiste em querer se fazer dono de tudo.
Ele quer mandar, só quer mandar em tudo,
não se importa se vai doer.
Ele quer pular, quer alçar vôos,
cada vez mais altos, e cair, e ralar, e sangrar,
e não está nem aí para o que vai acontecer,
“-Dane-se !”, diz ele, viva e depois nós vemos como fica, se ralar, depois cura, se sangrar, depois fecha,
se doer, chora que passa.
E lá vai ele de novo, como criança, pulando,
brincando nas estradas dos sentimentos.
Doce coração infantil em um peito já velho,
está sofrido, enfartado de amores, remendado com pontes de esperanças, mas vai, pulando, sorrindo,
cantando, sem jamais perder a esperança.
E é a alma que fica chorando depois das brincadeiras dele.
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